A indústria conserveira portuguesa prepara-se para fechar 2025 com um marco: as exportações deverão ultrapassar os 400 milhões de euros. O ritmo atual supera largamente os 334 milhões registados e reforça o peso económico e cultural de uma atividade que marca várias comunidades costeiras.
“Os dados confirmam o crescimento consistente da indústria e preveem alcançar um marco inédito nas exportações, reforçando a relevância económica, histórica e cultural do setor”, afirma José Maria Freitas, presidente da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe, citado em comunicado.
Nos primeiros seis meses do ano, as empresas alcançaram 199 milhões de euros em vendas externas, um crescimento de doze por cento, sustentado em parte pela certificação MSC, que atribui o selo azul à sardinha e permite acrescentar entre dez e quinze por cento ao valor por tonelada exportada. Este reconhecimento internacional impulsionou a procura e contribuiu para um salto de setenta e três por cento no volume exportado desta espécie.
Além disso, a entrada no mercado japonês justifica a previsão de receita anual, impulsionada pela presença da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe na Expo Osaka 2025 em setembro.
“Embora estejamos ainda numa fase de distribuição experimental, prevemos que, em 2027, o Japão possa representar um incremento de cinco milhões na faturação, uma vez que, além de ser o terceiro maior consumidor de peixe per capita, privilegia produtos com certificações de sustentabilidade”, revela José Maria Freitas, citado em comunicado.
O atum continua a ser a espécie mais procurada, mas a sardinha certificada ganha destaque. O setor assegura cerca de onze mil postos de trabalho, quatro mil diretos, dos quais oitenta por cento são ocupados por mulheres em fábricas como Pinhais, Ramirez e Comur. Entre tradição e inovação, a indústria conserveira portuguesa atravessa um momento histórico e promissor.

