O setor agroalimentar português alcançou em 2024 um marco histórico, superando a barreira dos 8 mil milhões de euros em vendas para o exterior, com um aumento de 8,7% face ao ano anterior. Este crescimento reflete a consolidação da posição de Portugal no comércio internacional, destacando-se especialmente no mercado europeu, que registou uma subida de 12,6%. Já os destinos fora da União Europeia, como o Brasil, apresentaram uma evolução mais modesta de 1,2%, mas igualmente relevante.
Espanha mantém-se como o principal destino das exportações agroalimentares nacionais, representando 38,6% do total exportado. Este crescimento é ainda mais notável tendo em conta que, há quatro anos, este mercado correspondia a 29% das exportações do setor. A exportação para o mercado espanhol cresceu 13,2%, totalizando 3.159 milhões de euros.
O Brasil, por sua vez, continuou a trajetória de crescimento, com um aumento de 13,9%, alcançando os 644 milhões de euros e mantendo-se como o terceiro maior destino das exportações portuguesas. A relação comercial com o Brasil tem sido especialmente favorecida pelos acordos com o Mercosul, que abriram novas oportunidades para os produtos portugueses.
O azeite e o vinho continuam a ser os maiores responsáveis pelas exportações, representando juntos cerca de um terço do total. O primeiro, com um crescimento impressionante de 46,5%, alcançou os 1.592 milhões de euros em 2024, com um aumento significativo em volume superior a 27%. O vinho, por sua vez, registou um crescimento de 4,5%, totalizando 965 milhões de euros.
Estes números refletem além da qualidade e a notoriedade crescente dos produtos portugueses, mas o impacto da inflação, que contribuiu para o aumento do valor das exportações.
“A nossa meta para os próximos anos é clara: ultrapassar os 10 mil milhões de euros até 2030, um desafio significativo dado o contexto económico global”, afirmou Jorge Henriques, presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA).