Qual é a importância da presença da Delta Cafés na SAGALEXPO?
A SAGALEXPO é uma verdadeira montra do que Portugal tem de melhor na área do consumo alimentar, reunindo marcas e empresas exportadoras de referência.
Para a Delta Cafés, que tem a ambição de integrar o top 10 das marcas de café a nível mundial, a presença neste evento é naturalmente relevante. Representa a oportunidade de mostrar o melhor que Portugal faz — e aquilo em que o nosso país é mais competitivo: a capacidade de inovar e de se internacionalizar.
Por um lado, a SAGALEXPO permite-nos estar próximos de muitos dos nossos parceiros atuais, num mesmo espaço e durante uma semana intensa de contactos. É também um momento de partilha, em que podemos apresentar novos produtos, categorias e projetos que estamos a desenvolver — algo que habitualmente fazemos nas visitas regulares aos mercados internacionais.
Por outro lado, esta feira é igualmente importante pela possibilidade de abrir novos mercados e fortalecer a nossa presença nos que já conquistámos. A expansão da Delta faz-se tanto através do reforço das parcerias existentes, como da procura de novos distribuidores e clientes em geografias emergentes.
Esta edição foi, nesse sentido, particularmente positiva, pela qualidade e diversidade de compradores e distribuidores internacionais que atraiu, o que demonstra a crescente projeção da feira além da presença portuguesa habitual.
Apostamos muito na SAGALEXPO e acreditamos no seu potencial de crescimento. É essencial que continue a afirmar-se como uma feira internacional de referência, capaz de trazer cada vez mais pessoas a Portugal — um país que hoje é destino de eleição não só pelo turismo, mas também pela sua cultura, gastronomia e capacidade empresarial.
Portugal é, cada vez mais, um país que se dá a provar. E, como costumamos dizer, não há uma boa refeição sem um bom café no final.
Temos orgulho em ver que muitos visitantes estrangeiros, depois de conhecerem o nosso café em Portugal, regressam aos seus países e procuram a Delta — tornando-se verdadeiros Delta Lovers, que continuam a celebrar connosco o sabor e a paixão pelo café português.
A Delta já tem uma forte presença no exterior, em muitos mercados. Em relação aos próximos anos, já estabeleceram mercados prioritários para reforçar essa aposta e onde pretendem chegar?
A nossa estratégia de internacionalização passa, antes de mais, por consolidar os mercados onde já temos presença.
Na Europa, estamos a reforçar a aposta em países onde a marca já é reconhecida — desde Espanha e França até ao Luxemburgo, Suíça e Polónia. Paralelamente, queremos ganhar maior expressão em mercados estratégicos onde ainda não estamos diretamente, como a Alemanha e o Reino Unido.
Fora da Europa, continuamos a crescer em geografias com forte potencial, como o Brasil, Angola e China, mercados que têm um papel importante na nossa expansão global.
Temos também uma aposta clara na América do Norte e olhamos com particular interesse para o Médio Oriente — uma região onde o consumo de café está a aumentar de forma muito rápida e consistente, e onde acreditamos que a Delta pode afirmar-se como uma marca de referência.
Referiu há pouco do contacto que têm na SAGAL com compradores que ainda não são vossos clientes. Como é que é feita essa abordagem? É de ambas as partes?
Tem sido um processo bilateral. Por um lado, tivemos a oportunidade de convidar à SAGALEXPO alguns compradores internacionais e até consumidores, que puderam conhecer de perto o universo Delta.
Por outro lado, há também uma curiosidade natural e o interesse de vários parceiros e líderes com quem já mantínhamos contacto, que aproveitaram o evento não apenas para nos reencontrar, mas para descobrir mais sobre o que Portugal tem para oferecer.
Mesmo quando os contactos são breves, há sempre um impacto positivo — as pessoas ficam curiosas, interessam-se pela marca e pelos nossos produtos, e levam consigo uma experiência que reflete aquilo que é o espírito Delta.
O conceito Delta House reúne todas as marcas do vosso catálogo. Como está a decorrer este projeto e quais são as projeções para o futuro?
A Delta House é um projeto que tem vindo a consolidar-se de forma muito positiva e que reflete uma nova fase na estratégia global do Grupo Nabeiro – Delta Cafés. Trata-se de uma “casa comum” que reúne mais de 70 marcas do universo alimentar do grupo, abrangendo café, alimentação e bebidas, com o objetivo de reforçar a coerência, a identidade e a presença das nossas marcas junto dos consumidores.
O futuro da Delta House passa, assim, por duas grandes direções: por um lado, o reforço do e-commerce, com a expansão da loja online a mercados como Espanha, França, Suíça e Brasil; por outro, a consolidação internacional da marca, contribuindo diretamente para a ambição da Delta Cafés de integrar o top 10 mundial das marcas de café.
Mais do que um projeto comercial, a Delta House é uma plataforma de integração e inovação que reforça a presença global do grupo e materializa a visão de oferecer ao consumidor uma experiência completa de qualidade, sabor e autenticidade — levando um pouco de Portugal ao mundo.
Destacou os hábitos de consumo de café em diferentes países. Como é que a Delta trabalha essa adaptação a mercados onde o consumo não é tão evidente como em Portugal?
Às vezes, não é o consumo que é menos evidente, mas sim a forma como é feito. O que percebemos, viajando e conhecendo diferentes realidades, é que há regiões muito distintas. Temos regiões onde o expresso é o consumo comum, outras onde os produtos à base de café expresso são preferidos, e outras onde se consome café filtrado.
Por exemplo, no Brasil o café filtrado é o mais popular, nos Estados Unidos existe o sistema de cápsulas completamente diferente do europeu. Por isso, tentamos estudar cada país e perceber como é que o café é consumido, para definir a oferta e proposta de valor mais adequadas.
Tentamos adaptar o conceito da Delta, que é uma empresa produtora de café mas, acima de tudo, uma empresa de marcas. Pensamos globalmente, mas agimos localmente, porque não é possível mudar os hábitos de consumo de uma população.
A Delta tem mais de 70 marcas no catálogo. Há planos para aumentar esse portfólio?
Sim. A empresa é muito dinâmica, está sempre à procura de bons projetos e boas ideias. Temos vários programas internos de inovação que promovem o apoio a empresas, startups e desafios internos das equipas para desenvolverem projetos inovadores, seja no café ou noutras áreas. Todos os anos temos um pipeline de produtos e ideias novas para trazer ao mercado. A inovação faz parte do ADN da empresa e diferencia-nos de muitos dos nossos concorrentes.
Ou seja, há possibilidade de aumentar esse número, por exemplo, para 100 já nos próximos anos?
Não sei se será para 100, 120 ou 90, mas há sempre um pipeline de ideias. Estamos constantemente a trabalhar com equipas multidisciplinares, a apoiar quem tem projetos inovadores e ofertas diferenciadoras.
Que sugestão deixa à organização da SAGALEXPO para as próximas edições?
Diria que as feiras são um momento de partilha e de abertura. Devemos ver o que as outras feiras internacionais fazem melhor e trazer isso para cá. É importante conseguir atrair muito mais pessoas, não apenas os distribuidores habituais, mas novos compradores, criando condições para que as empresas possam convidar parceiros internacionais a vir conhecer os produtos e serviços portugueses.
É essencial trabalhar com antecedência para que a feira esteja no calendário internacional. Compete-nos perceber onde podemos atrair melhor o público. Temos de posicionar Portugal como o lugar onde se encontra “o melhor sabor português”.
Quanto mais bem representado estiver o nosso tecido produtivo com capacidade exportadora, maior será o valor da feira. E, claro, é preciso trabalhar em conjunto com organizações como a AICEP e a CCIP, que têm os contactos certos para atrair compradores.
Quanto mais negócios se fizerem na feira, mais empresas vão querer participar. E esse é o verdadeiro motor do crescimento da SAGALEXPO.

