A colheita de uvas na Região da Bairrada este ano deverá ser menor do que em 2023, com uma redução estimada entre 15% a 20%, segundo o presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, Pedro Soares. Apesar do decréscimo na produção, a expectativa é de uma vindima de alta qualidade.
“Se as condições climáticas se mantiverem, a expectativa é de uma boa vindima em termos de qualidade”, afirmou Pedro Soares em declarações à agência Lusa. “Em termos de quantidade, estamos à espera de uma colheita menor, na ordem dos 15 a 20%”.
A redução na produção de uvas, que corresponde a cerca de cinco milhões de quilogramas, é atribuída à época de floração, crucial para o desenvolvimento das uvas. “Este ano, no ciclo de produção da videira, tivemos muito menos horas de sol. Tivemos muitos períodos de tempo nublado e, sem a luz solar, a fotossíntese não existe e o ciclo demora mais tempo a efetivar-se”, explicou o presidente da Comissão Vitivinícola.
Apesar da quebra, a região espera voltar aos níveis médios de produção dos últimos cinco anos, que se situam em torno de 20 milhões de quilos. Esta diminuição acontece num momento em que o mercado enfrenta um excesso de vinho, segundo Pedro Soares.
O decréscimo na produção de uvas deverá aumentar o custo por quilo, uma vez que as operações de colheita e produção permanecem as mesmas. No entanto, a Bairrada não enfrenta o problema de excesso de produção que outras regiões estão a enfrentar.
A colheita de uvas brancas e tintas para vinhos de base espumante já terminou, enquanto a colheita de uvas tintas para vinhos tintos está em andamento. “Do ponto de vista da vindima de tintos, ainda é difícil falar, mas daquilo que está em vinha e se não houver nenhuma intempérie, a qualidade será boa, mas menor em relação ao ano passado”, concluiu Pedro Soares.