A Petalamel participa na SAGALEXPO desde a primeira feira em 2022. Como têm avaliado a evolução e a dinâmica ao longo das últimas edições e de que forma tem contribuído para a vossa atividade?
A nossa presença tem sido, como disse, desde o início. As nossas expectativas são sempre elevadas em relação a esta feira, que tem sido uma verdadeira alavanca para o negócio da Petalamel. Tem-nos permitido encontrar clientes, parceiros e novos contactos, oportunidades que efetivamente têm surgido nas últimas edições.
E olhando agora em retrospetiva — desde a primeira participação até à atual — têm notado uma tendência de crescimento da feira?
Sem dúvida. Recordo-me da primeira edição, em que éramos menos, e tem havido um crescimento constante, ano após ano. Só temos de dar os parabéns à organização pela evolução e pelo aumento de expositores e visitantes.
A organização procura diversificar os mercados e compradores visitantes. Enquanto empresa expositora sentem essa diferença no decorrer da feira?
Os nossos mercados principais, em termos de relações comerciais, são maioritariamente europeus. No entanto, têm surgido pontualmente outros mercados com potenciais compradores, o que tem sido muito interessante, pois permite discutir possíveis parcerias. A feira tem-nos proporcionado esse contacto com novos mercados.
Por vezes, essas oportunidades não se concretizam devido a dificuldades logísticas ou de outra natureza, mas continua a ser muito relevante termos a possibilidade de trabalhar com mercados fora do chamado “mercado da saudade”, essencialmente centrado na Europa.
Quais são, dentro da Europa, os principais países para onde exportam?
No chamado “mercado da saudade” trabalhamos essencialmente com França, Alemanha, Reino Unido, Luxemburgo, Bélgica, Holanda e Suíça. São países onde existem comunidades portuguesas significativas e onde temos mantido negócios regulares com empresários aí sediados.
E relativamente a outros mercados fora da Europa?
Temos algumas situações no mercado americano, nomeadamente nos Estados Unidos, onde se abriu uma oportunidade. No entanto, as novas políticas tarifárias vieram complicar a continuidade dessa atividade, que está agora em stand-by.
Temos também alguma presença no mercado africano, ainda que de forma indireta, através de outros parceiros que já operam nesses países. Queremos reforçar essa ligação e aspiramos igualmente a retomar negócios com os Emirados Árabes Unidos, onde já tivemos experiência no passado, nomeadamente no Dubai. Gostaríamos de reativar esses contactos, pois são mercados atualmente muito relevantes.
E quanto ao mercado asiático, que tem vindo a crescer?
Já temos alguma presença no mercado chinês, através de um parceiro, mas é neste momento um caso isolado.
Qual é o impacto da atividade exportadora na faturação global da Petalamel?
A empresa já teve uma exposição ao mercado externo ainda maior do que atualmente, até porque o mercado nacional tem crescido bastante. No entanto, a exportação representa cerca de 50% do volume de negócios da empresa. É um resultado muito positivo e é nosso objetivo continuar a crescer e a apostar fortemente no mercado internacional.
Como equilibram a atuação entre o mercado nacional e o internacional, tendo em conta as diferenças de consumo e preferências?
No mercado nacional, trabalhamos essencialmente produtos tradicionais portugueses, a nossa pastelaria e as sobremesas típicas. No mercado da saudade, especialmente na Europa, o consumidor é o mesmo português que procura matar saudades dos sabores de Portugal.
Nesta época natalícia, por exemplo, todos querem ter à mesa produtos portugueses.
Já fora desse mercado, temos de adaptar-nos aos gostos e hábitos locais, o que constitui um desafio maior.
Mesmo aqui ao lado, em Espanha, onde temos vindo a crescer, a gama de produtos que apresentamos é diferente da que trabalhamos em Portugal, devido às diferenças de hábitos e preferências.
E como identificam essas tendências e preferências dos outros países?
Vamos percebendo essas tendências através de pesquisas e contactos com potenciais clientes, analisando os produtos fabricados nesses países que são mais procurados. Tentamos depois adaptar esses produtos com as matérias-primas de que dispomos, produzindo versões similares, mas sempre com um toque nacional que acrescente valor.
Os compradores internacionais que visitam a SAGALEXPO também fazem pedidos específicos, por exemplo, produtos com determinadas características?
Sim, existem pedidos específicos. Nem sempre é possível concretizá-los, mas há solicitações relativas ao tipo de embalagem ou a certificações exigidas por determinados mercados, como os que incluem comunidades judaicas ou árabes. Estas certificações são exequíveis para alguns produtos, para outros nem tanto. De qualquer forma, procuramos adaptar-nos às exigências e pretensões dos clientes sempre que possível.
Quais são os produtos de topo, que melhor representam a Petalamel?
Temos alguns produtos que nos identificam perfeitamente. Um deles é o Croissant do Porto, um brioche amanteigado que tem tido grande aceitação no mercado nacional e também no internacional. O feedback tem sido muito positivo e a comercialização tem crescido substancialmente.
Durante a época natalícia, os nossos doces tradicionais têm igualmente um peso muito grande no volume de negócios. Para ter uma ideia, os meses de outubro, novembro e dezembro representam cerca de 40% da faturação anual, o que é bastante significativo.
Sobre a SAGALEXPO 2026, já têm objetivos definidos? Como costumam planear a vossa participação?
Em todas as edições da SAGALEXPO procuramos levar novidades, apresentar produtos aos nossos parceiros e clientes e introduzir algo inovador, alinhado com as tendências do mercado nacional e internacional.
Já aconteceu sermos visitados por potenciais clientes em várias edições sem concretizar negócio, e depois, numa edição seguinte, apresentamos uma novidade que desperta o interesse e leva à concretização de uma parceria.
A ideia é, portanto, levar sempre novos produtos, quer para complementar o portefólio dos atuais clientes, quer para cativar novos.

