A Herdade da Rocha, produtor alentejano localizado no Crato, junta à serra de São Mamede, apresenta as colheitas de 2023 do ‘Amphora Tinto’ e do ‘Amphora Branco’, vinificados pelo processo tradicional, em ânforas de barro e sem controlo de temperatura, respeitando as antigas práticas que valorizam a essência do terroir. As novas referências já estão no mercado, com um PVP de 15 euros.
Proveniente de cepas com idade média de 12 anos, em solo granítico e a uma altitude entre os 260 e os 300 metros, o ‘Amphora Tinto’ e o ‘Amphora Branco’ fermentaram com as películas durante três meses, resultando na produção de 1.300 garrafas de cada terroir.
O ‘Amphora Tinto’, feito com uvas das castas Touriga Nacional (60%), Alicante Bouschet (30%) e Touriga Francesa (10%), apresenta uma cor granada viva e exibe notas de argila e frutas negras maduras, numa mescla elegante e atraente. Na boca, é macio e fresco, com um final marcante, onde sobressaem desafiantes notas de fruta e as características da ânfora.
A outra proposta da Herdade da Rocha, produtor que integra o Grupo Terras & Terroir e que conta com Sandra Chaves como enóloga residente, é o ‘Amphora Branco’ (80% Arinto e 20% Alvarinho), que revela uma mineralidade marcante, com uma concentração harmoniosa de fruta branca e suaves notas de argila. Na boca é fresco, irreverente e o seu final de boca é longo e desafiante.
A introdução das ânforas em Portugal está ligada à ocupação romana, que começou no século III a.C. As técnicas avançadas de vinificação e a utilização de ânforas para fermentação, armazenamento e transporte de vinho foi introduzida nessa altura e resistiu à queda do Império Romano, mantendo-se no Alentejo a tradição de usar ânforas.
O recurso a esta prática enológica é cada vez menos comum, mas a Herdade da Rocha opta por manter viva a herança, refletida nas novas propostas.