Como podemos definir a atual presença portuguesa no Mundo?
Acho que há uma mudança, uma transformação natural das nossas comunidades, que decorre da evolução normal que as sociedades têm tido ao longo dos tempos e depois em função da própria visibilidade que as comunidades têm pela renovação das gerações, do papel que têm de nosso país de maior proximidade. A emigração portuguesa de hoje não tem nada a ver com aquela que havia nos anos 60, 70 ou 80. Era uma migração pura e dura, fechada no seu círculo migratório com uma população que tinha níveis de escolaridade relativamente baixos. Eram pessoas que saiam de Portugal por motivos económicos. Hoje, as coisas mudaram completamente.
Há outras questões associadas à emigração.
A grande fatia da emigração portuguesa situa-se na Europa ao contrário do que acontecia há 40 anos e na Europa houve também transformações profundas, como a abertura das fronteiras, o conceito de cidadania que trouxe consigo a liberdade de estabelecimento e de poderem trabalhar, a liberdade de circulação, os direitos de participação eleitoral. Aqueles que emigraram nos anos 60/70 já voltaram a Portugal ou tiveram filhos que hoje estão perfeitamente integrados nas sociedades de acolhimento. Havendo também uma nova emigração, que já tem outro tipo de qualificações, de objetivos e ambições. Isto significa que há uma transformação enorme na estrutura e da natureza da emigração portuguesa.
O que é que se pode fazer de diferente?
Portugal tem de adaptar a perspetiva como vemos as nossas comunidades à realidade atual, daquilo que é o tecido migratório português espalhado pelo Mundo e a Europa. É um trabalho que tem de ser feito pelo nosso País, e não apenas pelo Governo, de aproximação e reforço de ligação em permanência. Tenho procurado dar um contributo para que esta perceção seja também presente na sociedade portuguesa, muito particularmente a nível da Assembleia da República, do Governo e outras instituições.
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