Como correrem os ensaios?
Foi uma nova fase. Correu bastante bem, melhor do que o esperado. Não tínhamos 100 por cento certeza daquilo que a RTP tinha feito, mas eles fizeram aquilo que pedimos. Do primeiro para o segundo ensaio conseguimos conversas e melhorar bastantes coisas. Estamos muito contentes com a atuação.
De que forma preparou a sua atuação para a segunda semifinal?
Começou com uma ideia que eu tinha, que desenvolvi em conjunto com a minha namorada e depois convidámos outras pessoas. Nestes últimos dias, afinámos todas as pontuações e desenho de palco e câmaras. Tínhamos tudo praticamente trabalhado e agora os ensaios têm servido para afinar pormenores.
Como vai estar em palco?
Vai existir o alaúde [instrumento musical], vou estar a cantar de forma direta para o público. Vai sempre existir dois universos distintos, é o que posso dizer, sem revelar muito.
Como definiria a sua canção, ‘A Festa’?
Acho que há sempre um pouco de épico nas canções que canto, sejam versões de outras canções ou originais, e também está a acontecer com o álbum que estou a gravar. É uma coisa que me agrada bastante em criar uma narrativa sonora e visual e como estou em cinema também não consigo fugir dessa ideia. Esta canção reflete isso. O momento de bridge foi feito de propósito para ir abaixo, dar um crescente e voltar a canção. A ironia da letra ajuda a tornar a canção mais épica.
Que mensagem quis transmitir com a canção?
Há muita mensagem para desbravar ou questões para refletir. Gostava que as pessoas pensassem. Houve duas inspirações, uma mais social e outra mais profissional. A principal inspiração é a entrada de novos profissionais no mundo profissional onde não há espaço e há dificuldades em quebrar os circuitos e depois o que nos deparamos quando entramos. Não há espaço para todos, mesmo que haja talento, não haverá espaço. Essa é a realidade. Está nas mãos destes novos profissionais mudar mentalidades.
No Youtube com mais de 200 mil visualizações. O que retira deste número?
Dá-me uma confiança diferente daquela que tinha antes de participar. Sentia que por não ter um background profissional e só me terem conhecido através do ‘The Voice Portugal’, que eu vinha para uma corrida a começar da linha de partida, enquanto alguns artistas já estavam a começar a partida na casa de chegada. Este feedback tem sido positivo e isso sente-se na equipa, apesar de nada ser garantido. As visualizações muitas vezes não refletem o que pode acontecer.
Quais são as suas expectativas?
Acho que tudo pode acontecer este ano. Há muitos artistas e canções com qualidade com capacidade para representar Portugal. Estou confiante do melhor para mim, mas tenho de ter os pés na terra. É o momento para dar o melhor, mas se não a acontecer há trabalho para continuar. Acho que os artistas devem olhar para o Festival como um momento para apresentar o seu projeto e dar-lhe continuidade. Não me retiro da corrida, até ao final da competição. Se eu tivesse lançado um single sem esta plataforma do ‘Festival’, as visualizações possivelmente não eram tão altas.
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Muitos fãs eurovisivos de outros países reagiram euforicamente à canção. Como se sente ao saber da apreciação da música além-fronteiras?
Fico muito feliz por saber que as pessoas mesmo não percebendo a língua, apreciam a canção e a musicalidade chegam a outros países. Isso é bom sinal para que corra bem. Se existir a vitória, já há um apoio fora de Portugal. É uma canção que é amada por parte do público.
Acompanhou a primeira semifinal?
Acompanhei e fiquei até mais nervoso do que tenho estado dos ensaios. Quando não estou presente em algo que vou estar presente, parece que há algo que falta. Fiquei contente com as canções que passaram, apesar de maior parte das canções terem qualidade para passar à final. Gostei muito do trabalho que a RTP fez a nível de palco. Espero encontrar este leque de artistas que passaram na final.
Qual é a sua ligação à Eurovisão?
Desde 2008/2009 que comecei a acompanhar o Festival da Canção e a Eurovisão. Gosto mais de ver as atuações e depois desligo. Tenho acompanhado nos últimos anos, mas não tinha noção como ia ser como artista na competição. O público internacional participa de forma muito ativa, manda mensagens e sugestões. As pessoas são muito criativas e isso é muito interessante.