Usar a tecnologia como instrumento ao serviço da sustentabilidade, valorizando as ações dos cidadãos que contribuam para tornar Loulé numa cidade neutra em carbono, são os principais objetivos do protocolo celebrado entre o Município de Loulé e o CEIIA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento.
A criação de um Mercado Local Voluntário de Carbono é um dos projetos resultantes desta parceria, que pretende centrar-se “na redução de emissões de carbono na mobilidade, na integração de Loulé na rede de cidades neutras em carbono, na quantificação do stock de carbono e do potencial do sequestro pela biomassa vegetal mas também na intenção em integrar medidas transversais de justiça climática na gestão autárquica”.
É através da plataforma AYR, desenvolvida por este centro de investigação, que vai ser possível quantificar, em tempo real, as emissões de carbono evitadas quando um cidadão usa um modo de mobilidade sustentável.
A partir daí serão gerados créditos em cada ação, ou seja, criados ativos ambientais transacionáveis que poderão ser trocados por novos bens e serviços verdes, no ecossistema da cidade, que permitam compensar as emissões emitidas com as emissões evitadas. Com a nova “moeda da sustentabilidade”, possibilita ao cidadão “valorizar um determinado tipo de comportamento que ele possa adotar e tenha impacto no seu dia-a-dia”.
José Rui Felizardo, administrador do CEiiA, explicou que os dados serão recolhidos através de um device colocado nas bicicletas, carros, autocarros, scooters ou outros meios, permitindo a leitura de forma fidedigna.
“Este Mercado permite gerar este tipo de transações, com uma grande preocupação que é a de que estes sejam créditos fidedignos, tenham qualidade e impacto na neutralidade carbónica da cidade”, ressalvou este responsável.
Loulé será assim “uma espécie de laboratório vivo”, como refere o autarca Vítor Aleixo, feliz por assistir a este “casamento” entre as questões ambientais e a tecnologia. “A vontade política e os recursos humanos sensibilizados para as questões da neutralidade carbónica” tornam Loulé num “parceiro apetecível”.