As exportações portuguesas atingiram em 2022 um ano recorde, em especial os primeiros quatro trimestres do ano. De acordo com o Banco de Portugal, as vendas externas alcançaram o limiar dos 100 mil milhões de euros, pela primeira vez, ficando reforçadas pelas transações de bens e em especial de serviços.
As projeções para o novo dão conta de um crescimento “do PIB e das exportações de bens e serviços de 5,9% e 5,4%, respetivamente, devendo manter-se a participação destas últimas no PIB em cerca de 50%”, explicou o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) Luís Castro Henriques ao Jornal Económico, reforçando que Portugal tem continuar a apostar na competitividade.
“Atingindo os 50% de peso das exportações no PIB, temos de começar a preparar-nos para atingir os 60% e provavelmente os 75%. Portugal deve continuar a crescer e as empresas devem continuar a apostar na internacionalização. “
Com vários desafios em curso, como a crescente inflação e impacto da guerra da Ucrânia, é “expectável abrandamento na componente de bens, devido à desaceleração da procura externa”, ainda assim está prevista “uma melhoria do saldo comercial devido a ganhos em termos de troca.”
“As empresas portuguesas devem continuar a apostar na diversificação de mercados, nomeadamente para diversificar riscos tendo em conta o atual contexto mundial”, destacou o responsável, nomeando países com elevado potencial.
“Os casos do Japão, Coreia do Sul, Canadá e México, devem merecer uma atenção especial, bem como os países de língua portuguesa, onde a presença das empresas portuguesas é uma aposta de longo prazo”.
Os Estados Unidos da América têm revelado ter “boas oportunidades para as empresas portuguesas”, completou.