Assina a carta do restaurante do Vinha Boutique Hotel. Que balanço faz dos primeiros meses?
Começámos a nossa parceria no final de 2021, sendo que os nossos primeiros três/quatro meses foram de transição para poder restruturar equipas e trabalhar as ementas novas. Em abril/maio anunciámos a parceria. Agora, é um caminho que vamos ter de fazer para nos começarmos a estabelecer como uma referência no Norte. Procuramos que haja consistência.
Que objetivos estão a definidos?
Não queremos estar a falar em objetivos maiores. É sempre mais importante formar e equipas e habituar as pessoas à nova forma de trabalhar. Perceber o tipo de cliente. O próprio hotel abriu na pandemia e está no primeiro ano. Há um grande potencial pelas condições que oferece. A decoração. A localização é um bocadinho fora do centro do Porto, mas achamos que poderá ser um hotel para um certo tipo de público. Sentimos isso aos fins-de-semana. Sentimos que no próximo ano que o fluxo turístico há-de ser muito maior. Faremos nos próximos meses um grande trabalho de vendas do hotel no mercado americano, inglês, alemão, italiano e francês. Sabemos que é um hotel muito apetecível para esses mercados.
De que forma trabalhou a ementa do restaurante? Quais foram as suas inspirações?
Não queríamos que fosse um restaurante demasiado conceptual. Queríamos que fosse uma carta que agradasse a ‘gregos e troianos’ como se costuma dizer, mais baseada em clássicos e outros pratos que sabemos que funcionam. É um restaurante com um nível de cozinha refinado. É um ambiente elegante com classe. Queríamos que a cozinha acompanhasse esse ambiente que o restaurante tem. Inspirámo-nos em cozinha portuguesa, alguns clássicos, produtos portugueses.
Consegue identificar alguns pratos que vão encontro dessa linha?
Temos o Lombo de Robalo com Arroz de Carabineiro ou o Cabrito Assado. São pratos que representam a nossa gastronomia, mas que ao mesmo tempo são facilmente apreciados pelo público internacional.
A carta reflete aquilo que melhor se produz no País e na região?
Queríamos muito que a cozinha acompanhasse a linha do hotel muito projetado para o internacional. Temos alguma cozinha clássica francesa misturada no próprio conceito. Vamos sempre favorecer os produtos locais, mas a comunicação do restaurante pretende acompanhar os objetivos do hotel.
“Estamos com confiança e orgulho de podermos ter um projeto de um chef português com cozinha portuguesa e espanhola em Londres”
A par desta parceria, tem em curso a inauguração de um novo restaurante em Londres. O que nos pode adiantar deste projeto?
Já anunciámos a abertura do Jóia que estamos a projetar para novembro/dezembro. Ainda não temos a certeza da data pela questão da obra. Será um projeto inserido dentro de um hotel com condições fantásticas. Estamos com confiança e orgulho de podermos ter um projeto de um chef português com cozinha portuguesa e espanhola em Londres. É um mercado difícil e bastante competitivo, mas temos confiança de que vai tudo correr bem.
Está em várias frentes no campo profissional. Qual é o segredo para o sucesso?
Tenho uma boa equipa por trás. No que respeita à agenda é preciso ter a organização bem estabelecida. O mais importante é haver consistência nos projetos. A televisão por exemplo foi exigente mas agora vou conseguir dedicar-me a outros projetos. Tive um mês e meio intenso de gravações, mas só volto a gravar no próximo ano. Vou poder dedicar-me aos projetos que tenho para Londres e Portugal. Tenho uma equipa em velocidade cruzeiro que me permite estar em mais frentes.
É reconhecido internacionalmente e conta com distinções de peso. Quais são os objetivos profissionais?
Os prémios são ótimos reconhecimentos e são sempre bem-vindos, mas nunca trabalho com essa meta. Quando temos boas equipas e o objetivo de dar o nosso melhor estamos sempre numa possibilidade de ser reconhecidos. Acima de tudo quero que os meus projetos sejam sólidos, trazem novidade e qualidade.