As frutas, legumes e flores portuguesas revelam grande recetividade do mercado externo. Só no primeiro semestre do ano, as exportações destes produtos renderam mais de 939 milhões de euros a Portugal, reproduzindo um aumento de 16% face ao mesmo período homólogo.
A Europa apresenta-se como o principal destino destes produtos, sendo que Espanha ocupa um lugar de destaque face aos restantes compradores. O país vizinho concentra mais de 29% do valor exportado. França (13,5%) e Países Baixos (13,5%), Alemanha (8,5%) e o Reino Unido (7,8%).
Apesar do principal indicador ser positivo, há outros parâmetros que deixam alertas. Os números respeitantes ao preço por quilo (aumentou 1,3%) dos produtos exportados revelam que o crescimento não é suficiente para compensar o aumento dos custos e a inflação.
“Os indicadores são positivos, mas não nos podemos esquecer que o setor agroalimentar enfrenta uma crise sem precedentes com a subida nos custos da energia, combustíveis, fertilizantes e outras matérias-primas. Ao mesmo tempo, a seca extrema que tem afetado o país de Norte a Sul está neste momento a prejudicar a produtividade e os calibres da maioria das frutas e legumes”, referiu o presidente da Portugal Fresh, Gonçalo Santos Andrade.
Como medidas para fazer frentes aos atuais constrangimentos, a associação propõe “uma distribuição mais justa do valor da produção na cadeia agroalimentar, com uma melhor remuneração aos produtores”, bem como a “modernização dos aproveitamentos hidroagrícolas e a criação de charcas e barragens”.
“Os produtos portugueses têm muita procura no mercado internacional e se não renovarmos e modernizarmos os perímetros de rega existentes e criando novos, os países na latitude sul da Europa irão aproveitar a nossa falta de estratégia para o regadio”, alertou o responsável da Portugal Fresh.