A redução do plástico no setor alimentar representa um ponto de viragem naquilo que respeita à produção mas também ao modo de funcionamento da indústria. Os números indicados pela Comissão Europeia dão conta de um cenário nefasto, caso não seja possível num prazo de 30 anos repensar-se a utilização do plástico.
Sendo a indústria alimentar um dos maiores utilizadores deste recurso – prático, barato, leve – é também este setor que tem em mãos a difícil tarefa de transformar toda a sua produção e deixar de pensar numa peça de plástico como objeto de utilização única.
Em Portugal, o Governo já definiu metas concretas que obrigam a uma restruturação total. Desde novembro passado “é proibida a colocação no mercado de determinados produtos de plástico de utilização única, tais como cotonetes, talheres, pratos, palhas, varas para balões, bem como copos e recipientes para alimentos feitos de poliestireno expandido”.
O decreto prevê ainda “dois objetivos de redução do consumo de copos para bebidas e recipientes para alimentos destinados ao consumo imediato ou prontos a consumir: até 31 de dezembro de 2026, uma redução de 80% relativamente a 2022 e, até 31 de dezembro de 2030, uma redução do consumo de 90%.”
Desta forma, a utilização deste recurso tão prático passará a ter um impacto menos dúbio para o planeta e mais eficaz na vida do utilizador.
Metas ditam futuro mais sustentável
Além das medidas concretas para concretizar este objetivo, várias instituições – Governo, produtores, retalhistas, entidades de reciclagem, universidades, ONG, associações, entre outros – criaram a plataforma Pacto Português para os Plásticos, que consiste na criação de estratégias para reduzir e reutilizar o plástico como elemento central de diversas industrias, que estão dependente deste para a sua circulação.
O Pacto tem como metas para 2025: 100% das embalagens de plástico são reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis; eliminar plásticos de uso único considerados problemáticos e/ou desnecessários; 70% taxa de reciclagem das embalagens de plásticos; 30% de incorporação de plástico reciclado nas novas embalagens de plástico e ainda sensibilizar e educar os consumidores para a utilização circular dos plásticos.