30O segmento das conservas de peixe conquista a cada novo ano mais peso na exportação de bens e serviços portugueses. Segundo as primeiras previsões, o ano 2021 revelou-se uma vez mais benéfico para esta fracção do mercado, no entanto, os números finais só serão divulgados no final de março.
“As exportações têm aumentado, o que tem permitido que este setor seja dos poucos que tem uma balança comercial positiva, (apesar de o nosso país importar mais de 50% do atum que consome), pelo que é efetivamente graças ao prestígio que esta indústria tem em todo o Mundo, que conseguimos que as exportações aumentem”, evidenciou José Maria Freitas, presidente da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP) à VEJA Portugal.
Os números são positivos e revelam o interesse e procura crescentes por parte do mercado externo. Em 2020, foram exportadas mais de 51 mil toneladas de conservas de peixe, o que representa cerca de 70 por centro da produção nacional. A receita bruta concentrou mais de 256 mil euros, sendo que a produção gerou mais de 366 mil euros.
“Os principais países de destino são a França, Itália e Espanha que em conjunto ultrapassam os 60%”, destacou o responsável pela organização que representa o setor, sublinhando que este não sofreu com as dificuldades provocadas pela Covid-19.
“Podemos dizer que as vendas atuais estão alinhadas com o período pré-Covid. O ano de 2020 foi a exceção pois o setor teve de responder ao incremento de vendas no período inicial do Covid-19.”
As espécies de conservas mais vendidas são atum, cavala e sardinha.
Embora com uma tendência de crescimento acentuada e notória, a ANICP teme que o aumento de preços das matérias-primas possa provocar constrangimentos.
“Prevemos que 2022 venha a ser um ano muito difícil. Contudo, a resiliência que esta indústria tem demonstrado nas últimas décadas, vai com certeza permitir que continue a evoluir e sobretudo a contribuir para o crescimento económico do País”, finalizou José Maria Freitas.